…
A Flor de Narciso
Germinou sob a terra fértil da vaidade
Caules de estima subiram-lhe a fronte
Comprometido pela própria beleza
Curvando-se sobre o reflexo das águas
Os galanteios de sua amante aos fundos
Esvaecendo, lá longe. Um Eco do passado
E em êxtase divino, desabrochou pessoa
Tocou a própria flor, o néctar tóxico
Uma apoteose ao espelho da soberba
Molhado pelo rancor de velhos deuses
Que por lassidão amaldiçoaram o belo
A viver em eterna vesânia da alma
Uma romaria das flores de narciso
Cujos votos balsâmicos gotejam
Aspirando pelo ópio transcendental
Das hedônicas papoulas. Puro desejo
Fil Felix
Boa noite Fil!
Uma noite excelente e Abençoada!
Putz!!!!
Poesia em nível “hard”!
Linda e que para compreendê-la precisei de algumas consultas….rsrsrs
Foi fundo – “Uma apoteose ao espelho da soberba / Molhado pelo rancor de velhos deuses”… e mais…..
Muito bom!
CurtirCurtir
Um poema em que a lascívia das flores se manifesta lindamente. No castigo, a paixão. Os deuses que se cuidem!
CurtirCurtir
Realmente você foi fundo ao tocar nesse sentido tão hipnótico que é a vaidade e o mito de Narciso. Como não se falar dele quando o tema é o espelho? Belo poema, enigmático,para se ler várias vezes. Parabéns.
CurtirCurtir
Nossa Fil,você retratou tão bem Narciso e Eco!Me lembrou do Retrato de Dorian Gray.que se tornou refém da auto imagem negando a transitoriedade da beleza.
O desafio à supremacia dos deuses ….o ópio que entorpece a realidade…
Adorei o caminho que você percorreu,obrigada; seu poema é um “campo de narcisos”
CurtirCurtir
Oi, Vera! Que bom que gostou, logo que vi “espelho” me veio a figura do Narciso, então tentei recontar o mito e juntar com a flor (que é bastante tóxica) pra retratar a beleza. Valeu!
CurtirCurtir
A figura do Narciso é tão apaixonante pois a vaidade mistura-se à autoestima. Transitar por este limite tão tênue, pode causar sentimentos antagônicos. Quem nunca se apaixonou por si mesmo em algum momento da vida? Isso é errado? Mergulhar na própria beleza( seja ela o que for, flor ou expectativa de algo maior) é um caminho para se conhecer. O risco é o mesmo de se afogar em um lago calmo. O reflexo nem sempre será a verdade, mas uma parte dela estará ali, com certeza.
Parabéns pelo mergulho poético, Fil.
P.S.: Não se afogue. ❤
CurtirCurtir
Sou um apaixonado pela mitologia, particularmente por Narciso e sua história… O seu poema, navegou suavemente pelos mares poéticos e nos trouxe uma texto lindo sobre esse personagem mitológico, sobre a flor de Narciso, sobre os antigos Deuses e sobre o eco encantador que, ainda nos dias de hoje, ecoa por todos cantos do mundo… Parabéns, aplausos…
CurtirCurtir
Narciso não poderia ficar de fora de uma coletânea de poesias sobre o espelho: Narciso – mitologia- vaidade- espelho d’água – loucura. Gostei muito das palavras que vc escolheu para formar esta bela poesia. Abraço, Fil.
CurtirCurtir
Nossa..muito bom!! Esta última estrofe está dos céus!!
Eu acho lindo quando a mitologia vem em versos, dá um requinte a mais à história 🙂
a Rosemarie tem lindo versos mitológicos também, é uma delícia de ler.
Você está mais do que de parabéns, Fil… fico super feliz q vc descobriu-se poeta! hehe
tem aquela velha máxima de que o que a gente renega, depois vem a amar. Eu, por exemplo, não gostava de poesia, mas isso foi há tanto tempo, quase em outra vida!
Bjú!!
❤
CurtirCurtir
Nossa! Que poema denso e voluptuoso! O vocabulário rico em contraste com a cadência das palavras foi um doce deleite.
“Uma apoteose ao espelho da soberba
Molhado pelo rancor de velhos deuses”
Belíssimo!
CurtirCurtir
Oi Fil, que belíssimo poema! Parabéns! Parece música, de tão bem arranjado e harmonioso!
CurtirCurtir
Vocabulário original para uma poesia que ficou apenas no espelho d’agua. Não consegui mergulhar nessa profundeza da loucura narcísica proposta. Mas é um belo poema.
CurtirCurtir
Muito bom!
A história de Narciso descrita de forma perfeita, e isso em belos versos
Parabéns.
Um forte e carinhoso abraço.
CurtirCurtir
Olá, Fil Felix
tudo bem?
Olha, poema arrebatador, hein?
Profundo e contemplativo, o tema Espelhos realmente nos leva a Narciso..
Seus versos me fizeram refletir sobre o que somos, de fato, e quanto de nós vive ali, meio que encoberto.
Bastante sofisticado em palavras, também. Fui procurar o significado de vesânia, que forte essa palavra, foi utilizada muitíssimo bem.
Essas estrofes me fizeram viajar:
“Os galanteios de sua amante aos fundos
Esvaecendo, lá longe. Um Eco do passado
E em êxtase divino, desabrochou pessoa
Tocou a própria flor, o néctar tóxico
Uma apoteose ao espelho da soberba
Molhado pelo rancor de velhos deuses
Que por lassidão amaldiçoaram o belo
A viver em eterna vesânia da alma”
Que belo, parabéns!
CurtirCurtir
Que poesia linda, amei. A contemplação de Narciso, no espelho d’água, gerou-lhe uma maldição, a inveja dos deuses, o deixaram louco.
Entendi que, o espelho às vezes, arrebata a vaidade e esconde a essência da alma.
Parabéns, Fil Felix!
CurtirCurtir